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A antropologia, como campo de estudo, enfrenta novos desafios para atuar em atividades que promovam a articulação de seus saberes com as comunidades locais, além da pesquisa de campo tradicional. A Resolução Nº 7, de 18 de dezembro de 2018 do CNE instituiu as diretrizes para a extensão na educação superior brasileira, definindo seus princípios, fundamentos e procedimentos para o planejamento na política, na gestão e na avaliação das Atividades Acadêmicas de Extensão. Essa resolução representa uma oportunidade para a antropologia proporcionar, por meio das Atividades Acadêmicas de Extensão, “o processo educativo, cultural e científico que articula o Ensino e a Pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre a Universidade e a Sociedade”.
Principais conclusões
- Os projetos de extensão em antropologia cultural oferecem uma oportunidade de articular os saberes acadêmicos com as demandas e realidades das comunidades locais.
- A Resolução Nº 7 do CNE institui as diretrizes para a extensão na educação superior brasileira, reconhecendo-a como componente curricular obrigatório.
- As Atividades Acadêmicas de Extensão permitem que a antropologia promova um processo educativo, cultural e científico, articulando ensino e pesquisa com a sociedade.
- Os projetos de extensão representam um desafio para a antropologia, exigindo a adaptação de seus métodos e abordagens para atender às demandas comunitárias.
- A integração entre ensino, pesquisa e extensão é fundamental para o desenvolvimento de competências práticas e a aplicação dos conhecimentos teóricos no contexto social.
Projetos de extensão como ferramenta de engajamento comunitário
Os projetos de faculdade em antropologia cultural têm demonstrado a importância dessa ferramenta para o engajamento com a comunidade. Essas iniciativas de pesquisa acadêmica e extensão universitária vêm unindo teoria e prática, levando os conhecimentos produzidos dentro da universidade para fora de seus muros.
Por exemplo, o projeto de extensão “Falando sobre AIDS: debate e informações nas ruas, nas praças e nas redes” da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) visa promover atividades e ações que ultrapassem os limites da academia, ocupando espaços de debates e disseminando informações sobre as dimensões subjetivas, sociais, culturais e políticas da prevenção e convivência com o HIV/Aids.
Ações de extensão universitária: Unindo teoria e prática
Outro exemplo é o projeto de extensão “Diálogos Feministas: rodas de conversa sobre o ciclo da violência doméstica e familiar” da Universidade Estadual de Goiás (UEG), que nasceu em sala de aula, no ensino de Antropologia Jurídica, e levou os alunos para a comunidade, aplicando estratégias emancipatórias e epistemologias feministas.
Essas experiências demonstram como a extensão universitária pode ser uma ferramenta poderosa para unir teoria e prática, engajando a comunidade e promovendo transformações sociais, em projetos que vão além dos trabalhos de faculdade, monografias e artigos científicos.
“A extensão universitária é um elo essencial entre a universidade e a sociedade, permitindo que o conhecimento acadêmico seja aplicado de forma prática e transformadora.”
Trabalho de faculdade: Integrando ensino, pesquisa e extensão
O trabalho de faculdade tem se tornado cada vez mais uma abordagem holística, integrando os três pilares fundamentais da formação acadêmica: ensino, pesquisa e extensão. Essa integração é essencial para a pesquisa acadêmica, a redação acadêmica e a produção de monografias, projetos de faculdade, estudos de caso, artigos científicos e teses de graduação.
Um excelente exemplo dessa integração é a “Sessão Kilombo” da Universidade Federal Rural de Pernambuco – Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UFRPE-UAST), que é o único evento de cinema de autoria quilombola da região. Esse projeto articula diversos atores, como o grupo de pesquisa Macondo, a disciplina de Educação para as Relações Étnico-Raciais, a própria universidade, uma escola quilombola, o cineclube Bamako, o Movimento Negro e outros coletivos, diluindo as fronteiras entre “a academia” e “a sociedade”.
Essa experiência demonstra como a extensão universitária pode promover o diálogo entre diferentes saberes e atores sociais, contribuindo para a efetivação da Lei n° 11.645/2008 sobre a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena. Dessa forma, o trabalho de faculdade se torna uma ferramenta poderosa para a integração entre ensino, pesquisa e extensão, favorecendo a transformação social.
Tipos de Trabalhos Acadêmicos | Descrição |
---|---|
Monografia | Trabalho de conclusão de curso em nível de graduação, com aprofundamento em um tema específico. |
Artigo Científico | Texto curto que apresenta os resultados de uma pesquisa acadêmica. |
Projeto de Faculdade | Proposta de intervenção ou estudo aplicado a um determinado contexto. |
Tese de Graduação | Trabalho de conclusão de curso em nível de pós-graduação, com aprofundamento teórico e metodológico. |
“A extensão universitária tem se tornado cada vez mais importante na formação acadêmica, integrando os três pilares do trabalho de faculdade: ensino, pesquisa e extensão.”
Antropologia aplicada: Promovendo diálogo e transformação social
A antropologia aplicada tem demonstrado seu potencial para promover o diálogo e a transformação social por meio de projetos de faculdade e extensão universitária. Esses projetos de pesquisa acadêmica e estudos de caso buscam integrar teoria e prática, unindo ensino, pesquisa e extensão para gerar impacto nas comunidades atendidas.
Um exemplo notável é o projeto “Acervos em diálogo: tecendo relações entre coleções etnográficas e conhecimentos indígenas”, desenvolvido pelo Museu de Arqueologia e Etnologia da UFPR. Esse projeto de monografia e teses de graduação visa desenvolver publicações sobre a cultura material de populações indígenas do Paraná, como os Mbya Guarani e os Xetá. O objetivo é levar informações e conhecimentos relacionados ao acervo etnográfico do museu, além de divulgar e valorizar as técnicas artísticas e conhecimentos tradicionais desses povos.
Outro exemplo é o projeto “Envelhecimento Ativo” da UNAPI/UFMS, que promoveu uma roda de conversa com mulheres idosas para entender os significados que elas atribuem ao envelhecimento. Esse projeto de redação acadêmica e ensaios universitários fortaleceu a inclusão desse grupo no ambiente universitário por meio da extensão, demonstrando como a antropologia aplicada pode ser uma ferramenta poderosa para promover o diálogo intercultural e a transformação social.
“Esses projetos demonstram como a antropologia aplicada pode ser uma ferramenta poderosa para promover o diálogo intercultural e a transformação social.”
Projetos de trabalho de faculdade e artigos científicos com essa abordagem aplicada têm o potencial de gerar impacto significativo nas comunidades atendidas, ao mesmo tempo em que enriquece a formação acadêmica dos estudantes envolvidos. Ao integrar referências bibliográficas relevantes e estabelecer conexões com a realidade local, a antropologia aplicada se posiciona como um campo transformador, capaz de promover o diálogo e a mudança social.
Conclusão
Os projetos de extensão em antropologia cultural têm demonstrado seu potencial para engajar a comunidade, integrar ensino, pesquisa e extensão, e promover o diálogo e a transformação social. Esses projetos têm ocupado espaços para além dos muros universitários, levando os saberes antropológicos para a sociedade e trazendo as demandas e conhecimentos comunitários para dentro da academia. Essa interação bidirecional tem enriquecido a formação acadêmica e contribuído para a aplicação prática da antropologia, fortalecendo seu papel como ciência social engajada e comprometida com a justiça social.
Através da construção de pontes entre a universidade e a comunidade, os projetos de extensão em antropologia cultural têm se revelado ferramentas poderosas para o desenvolvimento de uma prática antropológica mais relevante e comprometida com as necessidades reais da sociedade. Essa abordagem tem permitido que os conhecimentos e metodologias da antropologia sejam aplicados de forma a gerar impactos positivos nas vidas das pessoas e nas comunidades atendidas.
À medida que essa interação se fortalece, a antropologia cultural se consolida como uma disciplina vital, capaz de contribuir de forma significativa para a promoção da equidade, da diversidade e da inclusão social. Assim, os projetos de extensão se tornam não apenas um meio de aplicação dos conhecimentos, mas também um caminho para a transformação social e o empoderamento das comunidades locais.